domingo, 9 de setembro de 2012

Festival de Filmes de Ciência

Um meio interessante de divulgar ciência é através de filmes. Filmes intuitivos que instiguem os jovens.

Veja esse: Um garoto se acha invisível diante dos pais. Não é notado no quarto, na sala, na cozinha. Os adultos andam pela casa e não o veem. O garoto liga a televisão: está passando um documentário sobre o plâncton. "O organismo microscópico que ninguém vê no oceano, mas que tem importância significativa para a nossa sobrevivência”, diz a voz da TV. O garoto se reconhece na invisibilidade do plâncton. Falta agora ‘apenas’ desenvolver os ‘superpoderes’ do organismo que está na base da cadeia alimentar dos ecossistemas aquáticos e, segundo o programa de televisão a que assiste, “é responsável por 50% do oxigênio que respiramos”.

Como o menino se transformará em herói, restabelecerá a ordem na família e até salvará uma vida com ações baseadas na ‘sabedoria do plâncton’? Quem vir o filme Invisible (Invisível, em português) descobrirá. O curta-metragem foi um dos destaques do Imagine Science Film Festival – festival de filmes sobre ciência realizado nos Estados Unidos e que, especialmente neste ano, visitou também Dublin, na Irlanda.

Outro destaque em Dublin: o curta-metragem The periodic table table (A mesa da tabela periódica, em tradução livre), que já no título demonstra bom humor e brinca com o fato de a palavra table servir em inglês tanto para ‘tabela’ quanto para ‘mesa’.

O filme é bem simples. Mostra como funciona o mobiliário, uma mesa enorme com compartimentos em sua superfície que correspondem aos elementos da tabela periódica. Mais: dentro de cada compartimento existe, de fato, uma amostra dos respectivos elementos químicos. O dono da mesa é um homem cativante e engraçado, que narra a história de como surgiu –  em suas palavras – a "imprescindível" invenção.

Também ganhou aplausos no festival irlandês o curta-metragem de animação Slow Derek (Derek lento, em português) – filme que mostra o planeta sob uma perspectiva ‘relativa’ (no sentido einsteiniano da palavra).

As dicas tanto do festival quanto dos três filmes vieram do blogue de ciência Wellcome Trust. No texto, o divulgador Barry J. Gibb enaltece a importância para a ciência de festivais desse tipo (aliás, a próxima edição do Imagine Science Film Festival acontece em novembro, em Nova Iorque – as inscrições ainda estão abertas).

Em outubro, ocorre o VerCiência, um dos maiores festivais do gênero no Brasil. No mesmo mês, encerra-se o prazo de envio de material para o Festival do Minuto, que neste ano propõe como tema – veja só! – a boa e velha ciência. Vale lembrar: o Festival do Minuto disponibiliza em seu site todos os vídeos inscritos. Assista aos filmes enviados até agora.

Então não perca tempo, pegue suas máquinas, junte seus amigos e divirta-se com ciência.

Inspired by Instituto Ciência Hoje

segunda-feira, 19 de março de 2012

Experimento confirma que neutrinos não viajam mais rápido do que a luz

O experimento Icarus, do laboratório italiano de Gran Sasso, confirmou que os neutrinos, um tipo de partículas subatômicas, não são mais velozes do que a luz, anunciou nesta sexta-feira, 16, o Centro Europeu de Física de Partículas (CERN).

Estes resultados desmentem as conclusões preliminares do experimento Opera, do mesmo laboratório, que detectou neutrinos que supostamente viajavam 20 nanosegundos mais rápido do que a luz, algo que contradizia a Teoria da Relatividade de Einstein, base da física moderna.
Nesta ocasião, o laboratório de Gran Sasso registrou medidas de neutrinos "que coincidem com a velocidade da luz", indicou o CERN, que colaborou com o experimento.
"Isto indica que os neutrinos não excedem a velocidade da luz em sua viagem entre os dois laboratórios", o de Gran Sasso e o do CERN, próximo a Genebra, situados a 730 quilômetros de distância, detalhou o comunicado.
O diretor da pesquisa do CERN, Sergio Bertolucci, declarou que estes novos dados reforçam a ideia de que os resultados anteriores do experimento Opera apresentaram um "erro na medição".
"Os experimentos Borexino, Icarus, LVD e Opera, do laboratório de Gran Sasso, continuarão efetuando novas medições para chegar ao veredicto final", acrescentou Bertolucci.
Além disso, o diretor comemorou o fato de que, seja qual for o resultado, o experimento Opera "se comportou com perfeita integridade científica ao abrir suas medições a um exame amplo e ao permitir que se realizem medições independentes".
"O experimento Icarus apresentou uma verificação cruzada do resultado irregular do Opera no ano passado", disse por sua vez o porta-voz do Icarus e ganhador do Prêmio Nobel de Física em 1984, Carlo Rubbia.
Esse experimento tem um dispositivo de medida de tempo independente do Opera e segundo as medições informadas nesta sexta, os neutrinos chegam a um tempo "que está em consonância com a velocidade da luz".
Os responsáveis do experimento Opera já haviam anunciado em fevereiro que os resultados de neutrinos mais rápidos do que a luz poderiam se dever a uma série de problemas técnicos nos aparelhos de medida.
Uma conexão ruim de um cabo de fibra óptica e a incorreta sincronização entre dois cronômetros explicariam esses resultados, que causaram surpresa na comunidade científica.